True Romance - Universal Music
Universal Music - 5.8
5.8
O álbum é assinado por onze produtores diferentes, entre estes, uma dupla e um time. O resultado é chato de doer.
Há alguns anos atrás era praticamente impossível sair numa baladinha em Florianópolis e não ouvir “American Boy”, o primeiro single da inglesa Estelle com participação de Kanye West. Era uma quase certeza ouvir a música e ouvir a pista cantando (e errando) “American Boy” no pré refrão. Eu mesmo toquei essa música algumas vezes quando discotecava. Era um tiro certo. Depois de um tempo, os hits foram mudando, a pista foi mudando e “American Boy” sumiu dos repertórios e das pistas. Eu tive a sincera impressão que ela também tinha sumido e se tornado mais um “One Hot Wonder”.
Ela chegou até a ser um ponto de conversa com um amigo recentemente e chegamos à conclusão de que era isso mesmo. Um One Hit Wonder. Por falta de interesse, eu não me dei ao trabalho de procurar nada a respeito do cantora. Nem ouvi “Shine”, seu disco de estreia. Deixei-a desaparecer nas memórias alcoolizadas da pista.
Aí me aparece “True Romance” para resenhar. Veio tudo isso à mente. Penso se não subestimei Estelle, já que este é seu quarto álbum de estúdio. Pego o CD, sua capa branca com detalhes prateados quase indiscerníveis e botei pra tocar.
É chato pra cacete.
O primeiro erro é que não há um single discernível aqui. “Conqueror” a segunda faixa é este single, mas, literalmente, não tem nenhuma batida. É impossível de dançar e, de fato, é muito chato. “Silly Girls” começa como uma canção tema de um filme do 007, mas depois de poucos segundos voltamos à chatice do resto do álbum.
Na maioria das faixas tem tanta coisa acontecendo no fundo de todas as faixas. Como muito do que tem acontecido com a música pop ultimamente, há tantos produtores diferentes trabalhando no álbum que não há um senso de unidade. Na verdade, há poucas músicas assinadas apenas por Estelle e estas estão entre as mais fracas do disco. “All That Matters”, a faixa que encerra o álbum não deveria nem servir para um lado B, mas está lá, provavelmente para o disco fechar a marca de 45 minutos.
É inegável que Estelle sabe cantar. É inegável que ela tem talento. Aqui tem uma montanha de potencial, mas ao mesmo tempo que parece que ela não quer se apenas conhecida por “American Boy” e quer distanciar-se de outros cantores famosos e fazer um disco só seu, parece que ela não sabe em que direção apontar sua carreira, ou mesmo este álbum.